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Brasília, março de 1966

Queridos amigos,

Contar-lhes-ei uma estranha história. Há trinta e cinco anos, um homem, chegado à metade de sua vida, sem preparação alguma e sem plano de trabalho, começou a escrever obedecendo a um impulso interior. Desde o Natal de 1931, ele nunca mais parou. Sem conhecer quais seriam os futuros desenvolvimentos do seu labor, ele o foi executando dia após dia.

Hoje, aquele trabalho encontra-se quase terminado e está visível na sua estrutura orgânica, no seu desenvolvimento lógico, na sua harmônica arquitetura. Trata-se de uma Obra de 24 volumes e com cerca de 10.000 páginas. Ela explica a origem, a estrutura e o funcionamento orgânico de nosso universo físico-dinâmico-psíquico, a nossa posição dentro dele e o significado e finalidade de nossa vida, para chegar, no fim, a conclusões práticas, mostrando qual deve ser a nossa conduta, se não quisermos pagar, com sofri­mento, os nossos erros.

A finalidade desta Obra é oferecer um conhecimento que o mundo ainda não possui, necessário para se conduzir com sabedo­ria e, portanto, viver de forma menos bárbara do que aquela em que vive o assim chamado homem civilizado moderno. Nesse senti­do esta Obra contém as bases sobre as quais se poderia apoiar uma nova civilização, aquela que, por lei de evolução, o homem deverá seguramente realizar no 3º milênio. Trata-se de viver melhor, o que só é possível usando maior inteligência e bondade. A finalida­de maior da Obra é fazer o bem, mostrando como se pode viver uma forma de existência menos feroz, mais civilizada e, portanto, mais feliz

O primeiro ato do drama se encerra. Desce a cortina, e o autor, satisfeito, desapa­rece na sombra. Ele só deseja ser esquecido ao término deste labor. O que tem valor e utilidade é a Obra e não o operário. Neste momento, ele pede uma graça: que lhe sejam poupadas exaltações pessoais, honras inúteis, porque elas pertencem somente à Obra; pede que o deixem retirar-se em silêncio da cena do mundo, para se pre­parar a viver o novo tipo de existência que, em breve, o espera no além-túmulo.

A Obra permanece, é o que mais interessa. Ela não é um produto morto, de literatura, mas uma semente viva que agora cai no terreno do mundo para germinar. A vida a gerou para que ela viva. As ideias da Obra foram formuladas para serem transfor­madas em fatos.

A nossa Obra ensina a viver outro tipo de vida, baseando­-se sobre princípios de um nível biológico mais evoluído para levar o homem ao maior grau de adiantamento, que será a nova civilização do terceiro milênio. Pela lógica do processo evolutivo, é fatal que se deve chegar até lá. O problema é prático, utilitário. Trata-se de ter suficiente inteligência, para compreender a vantagem de viver, organicamente, em ordem, em vez de luta e caos; viver com compreensão e coordenação de esforços, em lugar de rivalidade e separatismo egoísta. Estas são as conclusões da Obra, nela estão demonstradas as suas razões profundas, oferecendo soluções até à origem de nosso universo. Evidencia-se claramente, sem se exigi­rem atos de fé, o porquê de nossa existência, quais as leis que a regem e como a dor surge pelo fato de não se obedecer a elas. Explica-se como funciona o imenso organismo do todo dentro do qual estamos situados e com o qual nos devemos coordenar, se não quisermos sofrer. Cada erro é como uma doença nesse organismo, uma enfermidade que causa sofrimento e que percebemos, porque a dor atinge cada célula doente daquele organismo.

Alcançamos, assim, uma moral racional, positiva, demons­trada e por isso mesmo não suscetível de hipocrisia; moral que não é produto fideístico de um ou outro grupo político ou religioso em seu interesse; pelo contrário, trata-se de uma ética universal, não ligada a interesses, verdadeira em todo tempo e lugar, sem escapa­tórias, como são as verdades científicas.

Eis o conteúdo e a finalidade da Obra que hoje, neste lo­cal, oferecemos. Uma vez que nos explica como funciona a vida, ela não pode deixar de ser, como a ciência, imparcial e universal. O seu objetivo não é constituir um grupo e com ele lutar contra ou­tros para vencê-los, como é hábito em nosso mundo. O seu método não é impor para dominar, produzindo rivalidade e cisão,mas de­monstrar para convencer, gerando concórdia e unificação. E por isso que a Obra, hoje, não está sendo oferecida a um grupo particular. Ela não pode ficar fechada em nenhuma divisão humana, em nenhum setor particular ou partido, seja político, seja religioso, co­mo não o podem as leis da vida e as verdades universais da ciência. Isto não significa querer colocarmo-nos acima dos grupos humanos, em nome de Deus, como fizeram algumas religiões. Apenas estamos fora deles.

É tão somente um pensamento que, expressando verdade, quer ofere­cer conhecimento e estado de consciência necessários para urna vida mais elevada e, portanto, com menor sofrimento.

O homem só entende a unificação como um agrupamento contra alguém. A isto, muitas vezes, se re­duzem as religiões. Por unificação, porém, entendemos urna ade­são à Lei de Deus, saindo de todos os agrupamentos humanos que acabam por dividirem-se. O homem que usa as coisas espirituais com método sectarista, separatista e agressivo contra o próximo re­vela a sua involução. O evoluído, para não entrar em luta, afasta­-se dele em silêncio, respeitando-lhe a ignorância.

O que mais interessará ao involuído de amanhã, será, ao contrário, a unificação e a colaboração. E esta vai ser a maior revolução do novo milênio. É para ela que a Obra nos vai preparando. Assim, desde agora, quem a compreendeu, começa a praticar este novo método de viver, que não é uma egocêntrica von­tade de sobrepor-se aos outros, mas, sim, de entendê-los para coope­rar.

Com esta Obra nos projetamos no futuro. Ela foi escrita para as gerações que chegarão e às quais os senhores a confiarão a fim de que possam vivê-la. Os senhores têm — e elas também te­rão — uma missão: a da realização. Lembrem-se, porém, que uma missão não existe somente para ser proclamada, como se costuma fazer, mas para ser cumprida. O nosso trabalho não é de palavras, mas de obras. Agora a oferta está feita. Como foi com trabalho que se realizou a primeira fase, agora terminada, assim será com ele que se poderá realizar a segunda, ainda a fazer. Trata-se de cons­truirmos a nós próprios. O edifício a levantar é interior.

Trata-se de uma oferta e não de uma or­dem, não uma imposição a constrangê-la. É uma ajuda, uma ori­entação, um convite para evoluir.

A vida, nesta hora, deseja con­vencer quem tem capacidade de compreender, mostrando o cami­nho aos homens de boa vontade. Para quem não quiser entender há outros meios mais persuasivos: a imensa destruição pela guerra. Isto não é novidade na história da evolução. A dor foi sempre o meio clássico com o qual a vida se faz presente àqueles que nãoquerem compreender outra linguagem. Só assim, para o seu bem, ela consegue fazê-los evoluir.

O de­senvolvimento da ciência está pronto para fornecer ao homem o bem-estar ma­terial. Falta-lhe, para completar e equilibrar, um paralelo desenvol­vimento moral e espiritual que o dirija para o bem e não para o mal, que pode ser uma ruína para todos. Se o homem não chegar a possuir estas outras qualidades, o programa material por si só po­derá levar a um desastre.

Ora, esta ideia não é somente, como acima explicamos, uma verdade válida para todos, porque racionalmente positiva, biologicamente evolucionista, cientificamente universal. Ela é também cristã. E o é no mais profundo sentido unitário e substancial, por­quanto nela podem, juntos, encontrar-se Catolicismo, Protestantis­mo, Espiritismo e espiritualismos afins de fundo cristão, uma ideia para a qual já se encaminham as filosofias e religiões de tipo cris­tão no seu presente trabalho de atualização.

A com­posição da Obra foi em grande parte trabalho de parapsicologia, tive de me impor, por isso, uma disciplina mental que cumprisse um contínuo e rígido controle; e aconselho a fazer o mesmo os que trabalhem neste terreno, fácil de se perder em fantasias e aceitar por verdades aquilo que é pro­duto do subconsciente. É certo, no entanto, que, se tivesse de fazer uma confissão, deveria dizer que fiquei maravilhado em constatar não somente na composição da Obra, como também nos fatos que determinaram sua difusão até aqui, a presença de uma inteligência diretriz e de uma vontade realizadora; sem ela tudo o que foi alcan­çado até hoje, até este ponto culminante em Brasília, não poderia ter sido realizado.

Cumpre-se por fim o que foi dito no Cap. V do volume Profecias, a respeito da “Função Histórica do Brasil no Mundo”. Quando escrevi aquelas páginas, ainda não existia Brasília, e elas nos explicam por que hoje estamos aqui realizando esta oferta da Obra. É com o livro Profecias que a Obra inicia a sua segunda parte escrita no Brasil, por isso, chamada brasileira,em homenagem a este país. Há uma convergência de tantos fatos para este momen­to que agora vivemos! Ele encerra um caminho e inicia outro. Um pobre homem chegou de longe, do centro da civilização cristã, ve­lho e esgotado, e entrega hoje o fruto de sua vida a um mundo jo­vem, imenso, ao qual pertence o futuro. Esta semente levada pelo vento de mil aventuras chegou até aqui e parou neste lugar, nesta terra virgem, no centro de um novo continente. Mil acontecimen­tos milagrosamente concordaram para chegar a este resultado. O acaso não poderia tê-lo produzido. Não se pode deixar de ver em tudo isso a mão de Deus, nos explicam por que hoje estamos aqui realizando esta oferta da Obra. É evidente Sua vontade que esta semen­te cresça e se desenvolva para a afirmação espiritual desta nova grande Terra, para que ela no terceiro milênio cumpra a sua mis­são no mundo, conforme o seu destino, que não é de guerra, mas, um destino evangélico de bondade, de amor e de paz.

Pietro Ubaldi

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